terça-feira, 22 de maio de 2012

Quase...

Quase que esse post não é escrito. Ok, posso estar dramatizando, mas o susto que levei não quero levar nunca mais.
Vamos aos últimos acontecimentos?
Na segunda (31/04) acordei me sentindo meio mal. Achei que fosse por causa da bebida, mas bebi tão pouco no domingo que a causa devia ser outra. Fui trampar, debaixo de muita chuva, e cheguei lá pra ficar estressada. As meninas simplesmente não foram e fiquei sozinha por lá. Sai cedo, fui no banco com minha mãe, passamos no mercado e vim pra casa. Dormi um pouco e, umas cinco da tarde, consegui comer duas fatias de pão com queijo. .
Na terça, minha mãe me chamou pra sair pra almoçar. Pensei duas vezes em sair com ela. Tava tão bom aqui, mas, tadinha, há dias em casa, merecia sair um pouco pra passear. Levantei, tomei banho e fui pro shopping. Enquanto a aguardava comecei me sentir mal. Fraqueza, a visão meio turva e aquela péssima sensação de que ia desmaiar. Sentei um pouco, mas como estava sem créditos no celular pra avisá-la que a aguardava dentro do shopping, levantei e fui pra porta. A tontura só aumentava e eu tentava acreditar que era coisa da minha cabeça, que se não pensasse nisso ela passaria. Uns 10 minutos depois, minha mãe chegou. Subindo a primeira escada rolante que vimos, falei que eu tava passando mal e ia desmaiar. Dito e feito. Pelo que fiquei sabendo depois, assim que saímos da escada eu cai, bati na vitrine de uma loja e ali fiquei. Lembro de ir acordando e perceber muita gente perto de mim, perguntando se estava tudo bem e minha mãe desesperada. Ouvia as pessoas pedindo ajuda, chamando o segurança e pedindo uma cadeira de rodas. Quando me levantaram eu senti um calor de outro mundo, tirei meu moleton e suava muito. Indo na cadeira de rodas até a enfermaria me deu desespero. Olhos abertos, mas sem enxergar absolutamente nada. NADA. E me bateu um medo fora do comum, achava que estava cega, completamente desesperada. Só queria gritar pra que alguém me ajudasse, mas sabia que não ia adiantar. Quando chegamos na enfermaria do shopping, minha visão estava embaçada, muito ruim ainda e, pra piorar, minhas pernas e braços formigavam. Estava completamente apavorada. Fui levada de ambulância para o hospital Santa Virgínia, a visão melhorando, a pressão voltando ao normal, mas ainda assim muito assustada. Fui logo atendida, fizeram um eletro, o destro e me colocaram no soro/glicose para melhorar. Depois disso foi feito outro eletro e lá fui eu pra sala de emergência, para outra medicação na veia, dessa vez para baixar o ritmo dos batimentos cardíacos, que naquela altura estavam a 144 p/m (Normal seria uns 80/90). 50 minutos depois, nada. Eu cada vez mais apavorada. Aí me avisaram que o próximo passo seria uma aplicação de adenosina. E também fui alertada que, ao aplicarem a medicação, eu me sentiria mal, muito mal. Praticamente uma sensação de morte. Da outra vez que fui internada tinham me falado sobre isso, mas os batimentos baixaram com a primeira opção de remédio e não tive o desprazer de conhecer isso. Seria feito da seguinte forma: duas injeções, na veia. Uma do betabloqueador e, logo em seguida (com meu braço erguido), aplicariam uma dose de soro, para empurrar o remédio para o coração. Quando a primeira é aplicada você não sente nada, mas quando aplicam o soro...Senhor! Senti formigamento, calor, dificuldade de respirar. Menos mal que é rápido, em menos de um minuto aquilo passa. Foi tão rápido quanto para os batimentos subirem novamente. A medicação não fez efeito. Aí o médico me explica que teríamos 3 chances de reverter a arritmia. 3 aplicações podiam ser feitas, sem causar nenhum mal. E lá vamos nós pra segunda. Dessa vez tive muito medo, sei lá porque. Acho que a enfermeira percebeu e me deu a mão, dizendo que era uma corrente de fé para que revertesse. Tentativa frustrada 2. Mais uns 40 minutos com uma medicação na veia, que não lembro qual era. Enquanto isso, mamis, tia e Ana entravam de vez em quando na sala. Cada enfermeiro e enfermeira vinham falar comigo, bater papo, contar causos do ps e me dizer que eu tava calma. E eu tava mesmo, já tinha passado por aquilo e sabia que ia sair de lá rápido. Ledo engano. Lá vem o médico me dizer que se os batimentos não baixassem eu teria que passar a noite no hospital. Até aí tudo bem. Logo pedi que minha mãe trouxesse meu carregador de celular pq teria o que fazer enquanto estivesse por lá. Aí a enfermeira me apresenta para uma outra, que estava na parte da UTI e era com ela que eu ficaria. E eu, bege, perguntei: "como assim?? uti???". E ela me disse que era pra lá que eu ia, porque tinha que ser monitorada o tempo todo. Perguntei se podia levar celular (aloka) e, claro, ela disse que não. Que não podia nada, que ia ficar sem roupa até. Quase morri. Como sem roupa? E essa minha pele toda zuada? E aqueles dias em que me encontrava? Para, alguém para o mundo porque eu quero descer! Ai a porra ficou séria. Entrei em pânico. O médico, muito bonzinho por sinal, conversava muito comigo. Dizia que aquilo era fácil de resolver, ligou várias vezes pro irmão (que é especialista em arritmia) para perguntar algumas coisas e ainda me disse que o irmão dele me atenderia em outro consultório, de graça. Ou meu caso era muito grava ou o médico me achou cute. Tá, aposto que foi a primeira opção. Aí ele também me explicou sobre a ablação, coisa que eu já tinha lido a respeito. O momento mais tenso foi, pouco antes de ir pra uti, quando ele me disse que, se não revertesse a arritmia até a tarde do outro dia, eu teria que tomar aquele choque no peito. Nessa hora eu tomei um choque na cabeça mesmo. Ali acabou minha paz. Fui levada pra uti, como alguém que estivesse morrendo: na cama, de roupa de hospital e completamente assustada. No elevador o médico me perguntou: "quem é Erik?". A enfermeira disse que ele era xereta, que ela tb queria ter perguntado aquilo, mas não tinha coragem. Ele respondeu que queria saber se era meu filho ou namorado. Falei que era meu sobrinho/afilhado. Cheguei na uti roxa de fome. Perguntava para todos os médicos e enfermeiros se eu ia jantar. Comi aquela comida sem graça de hospital como se fosse a minha última refeição. O médico me informou que só poderia comer até a meia-noite, porque faria um exame no outro dia, que teria que ser feito em jejum. Um eco, mas feito por dentro. Eu quase morrendo  perguntei o como era aquilo. Me explicou que era como uma endoscopia, pra ver se tinha algum coagulo no coração. Ah tá.
Chorei muito naquela noite. Muito medo, medo de morrer....medo de que minha vida tão sem graça terminasse ali. Pensei na Bri, pensei no Erik, que não teria a oportunidade de ter a madrinha, mesmo que de longe. Pensei na minha mãe, vivendo aqui sozinha. Aí eu chorei mais um pouco. Uma enfermeira veio conversar comigo, perguntar se tava tudo bem e tentar me acalmar. Expliquei que eu tava cansada de ficar lá, que só queria ir embora pra minha casa.
Tomei várias injeções, não aguentava mais. Era pra colher exame, era pra isso, praquilo. Até na barriga tomei duas, porque ficaria muito tempo deitada. Os carinhas que foram de madrugada fazer o raio-x ainda brincaram que era estranho conversar com alguém consciente na uti. Mal dormi essa noite. Quando pegava no sono, vinha alguém pra fazer algo em mim, super tenso =/
Recebi a visita da minha mãe e da Ana, quando foi liberado. O médico conversou com elas, disse que seria necessário o choque pq a medicação não tava resolvendo muito. Elas tentaram achar outra solução, mas ele disse que eu só sairia de lá, se fosse de ambulância, para outra uti. Assustador, não? Também explicou que eu faria um exame pra ver se não tinha nenhum coagulo no coração, se tivesse, não poderia tomar o choque. Naquele começo de tarde fiz o eco transesofagico. Tava tão tensa que o sedativo não pegou, fiz o exame completamente acordada, sentindo aquela coisa estranha, entrando guela abaixo. Graças a Deus, não deu nada no exame. Era só o que me faltava, né?
Depois de rezar muito e implorar muito, soube que teria alta para o quarto. Os batimentos abaixaram um pouco. Sai da uti umas 15:00 e pouco. Logo depois minha mãe chegou no hospital, não via a hora de vê-la. Mais medicação, mais exames....Visitas a noite, muitas ligações, recados, sms...e um carinho muito bem vindo. Dormi até que melhor nessa noite. Acordei cedo, para mais exames. Umas 07:00 o médico foi no quarto, disse que o eletro estava bom e que me daria alta \o/. Melhor notícia dos últimos tempos! Tomei café, me troquei e fui pra casa. 4 dias de repouso quase absoluto. Férias forçadas, nunca fiquei tanto tempo sem fazer nada.

E foi isso....Agora tô a base de remédios, torcendo pra que eles façam efeito e eu não precise passar por nenhuma cirurgia =/ Já tenho consulta agendada com um especialista em arritmia e a vida segue.

=*

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